Com salários atrasados, profissionais de saúde contratados pela Fundação José Silveira reclamam de diversas irregularidades trabalhistas
Por dandara | 13/09/2022 13:44 e atualizado em 02/08/2024Profissionais de saúde de diversas especialidades contratados pela Fundação José Silveira, empresa que presta serviço ao Governo do Estado em diversos hospitais, estão com salários atrasados.
Nossa reportagem foi procurada por profissionais do Hospital Geral Cleriston Andrade, em Feira de Santana, do Hospital Couto Maia e Hospital Ernesto Simões Filho, em Salvador, para dizer que os atrasos são recorrentes. Segundo uma fonte que trabalha no Hospital Clériston Andrade, a folha de pagamento do mês de setembro já está disponível e nela, já consta o recebimento desde o dia 06 deste mês. Acontece que ninguém recebeu dinheiro ainda. O problema se repete mês após mês.
Outra fonte que presta serviço na capital baiana confirmou que todos os contracheques tem saído com data divergente do pagamento.
“É como se todos os meses o salário tivesse caído no quinto dia útil, mas isso nunca aconteceu. Hoje é dia 13 e nem sinal de salário ou de qualquer previsão de pagamento”. Disse.
Além dos atrasos salariais, há irregularidades também com as férias. “Quando nós tiramos férias, recebemos um contracheque com o registro do pagamento delas, mas só recebemos de fato, dois meses depois e quando nós ligamos para o setor pessoal, a resposta é que não ha previsão e quem não concordar, solicite seu desligamento”. Afirmou.
Segundo Lucia Duque, diretora do setor financeiro do Sindicato dos Enfermeiros da Bahia, este é um problema antigo e não acontece apenas com enfermeiros.
“Há 8 anos isso vem acontecendo e a categoria já fez diversas manifestações para reivindicar uma solução. Há processos na justiça tanto sobre os atrasos salariais, quanto por causa das férias. Uma parte, inclusive venceu e já recebeu os valores referente à multas e sentenças. São vínculos extremamente precários. Quando o sindicato convoca uma reunião ou assembleia, muitos não vão por medo de serem demitidos, pois já teve casos de demissão por esta razão”.
Ainda segundo a diretora, funcionários do Hospital Roberto Santos e Tycila Balbino só receberam parte do salário.
“Este problema antigo, só quem pode resolver, é o Estado, que não fiscaliza o contrato ou o recurso. As informações no portal da transparência são incompletas. Infelizmente, esta falta de respeito é uma rotina”. Disse.
Nossa reportagem entrou em contato com a Fundação José Silveira, que afirmou estar regularizando as pendências e que até a quinta-feira (15), todos os pagamentos devem ser concluídos.
A Sesab informou por meio de nota que faz repasses consecutivos e regulares à Fundação José Silveira. Quanto às outras irregularidades trabalhistas relatadas, a nota diz que a responsabilidade é da organização. Contudo, a Sesab pode ser notificada pelos colaboradores via sistema de processos SEI. O que segundo a secretaria, não ocorreu até agora.