Mauro Cid reafirma que Jair Bolsonaro leu minuta golpista durante reunião
Por Hamurabi Dias | 14/07/2025 18:54 e atualizado em 14/07/2025
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Resumo da notícia
- Em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve contato direto com a minuta do golpe, leu o documento e solicitou alterações. O texto previa novas eleições e a prisão de autoridades, como ministros do STF.
- Segundo Cid, o ex-assessor Filipe Martins levou um jurista para duas reuniões com Bolsonaro, nas quais o documento golpista foi discutido. A minuta inicialmente sugeria a prisão de ministros do STF e do presidente do Senado, mas depois foi modificada para citar apenas Alexandre de Moraes.
- O processo entra em nova fase com o início dos depoimentos das testemunhas de defesa dos réus dos núcleos 2, 3 e 4, previstos até 23 de julho. A primeira etapa, com o núcleo de Bolsonaro e aliados, foi concluída no mês anterior.
O tenente-coronel Mauro Cid confirmou, nesta segunda-feira (14), que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve contato e leu o documento golpista que previa a decretação de novas eleições e a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2022. Durante as investigações, o documento ficou conhecido como minuta do golpe.
Cid voltou a prestar depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais que tratam dos núcleos 2,3 e 4 da trama golpista. Ele foi arrolado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável pela acusação.
O militar, que foi ajudante de ordens no governo do presidente Jair Bolsonaro e é delator nas investigações, confirmou que Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais de Bolsonaro e réu no processo, levou um jurista para duas reuniões com o ex-presidente para apresentação do documento golpista.
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Segundo Cid, durante a reunião, Bolsonaro leu o documento e pediu alterações.
De acordo com o delator, o documento previa a prisão de ministros do Supremo, entre os quais, Alexandre de Moraes, e do então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas foi alterado para prever somente a prisão de Moraes.
“O documento era composto de duas partes. A primeira parte eram os considerandos. Eram possíveis interferências que o STF e o TSE fizeram no processo eleitoral. A segunda, a prisão de autoridades e a decretação de eleições”, disse.
Mauro Cid presta depoimento por videoconferência. Por determinação do ministro, não são permitidas fotos, gravações de áudio e vídeo, nem transmissão ao vivo. Contudo, os advogados dos acusados e a imprensa podem acompanhar o depoimento.
Nova fase
O processo da trama golpista entra em uma nova fase nesta semana. Amanhã (15), começam a depor as testemunhas indicadas pelos réus que fazem parte dos três núcleos. Os depoimentos devem seguir até o dia 23 de julho.
No mês passado, o STF ouviu os depoimentos das testemunhas do Núcleo 1, formado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados.
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