Qual é o B.O?: feirantes e comerciantes do bairro Tomba sofrem com falta de estrutura e acessibilidade

Na estreia do quadro “Qual é o B.O?” nas redes sociais das rádios que compõe o Grupo Lomes (Rádio Transbrasil FM, Band e JovemPan), a jornalista Dandara Barreto foi conhecer de perto os problemas dos comerciantes e feirantes do bairro Tomba, em Feira de Santana.

Eles estão insatisfeitos com as condições da tradicional feirinha local, que passou por uma reforma e foi entregue em maio deste ano. Embora esperada como uma melhoria, a obra trouxe uma série de problemas estruturais que afetam diretamente o fluxo de clientes e a qualidade do trabalho no local.

Júnior, feirante há oito anos, relata dificuldades com o acesso ao espaço e o impacto negativo na movimentação de pessoas.

“O pessoal do viveiro vinha pra cá fazer feira, mas agora não vem porque os acessos complicaram. Não tem faixa de pedestre segura, não colocaram quebra-mola, e isso coloca todos em risco. Já houve acidentes fatais aqui, e nada foi feito para resolver”.

Além disso, o feirante destaca as condições precárias dentro da nova estrutura, como o calor excessivo. A cobertura é de zinco e segundo ele, foi projetada de maneira que não entra ventilação, o que prejudica a conservação dos produtos e afasta clientes.

“Aqui dentro é um calor absurdo. Perco fruta porque é perecível, e o ambiente não ajuda. Era pra ser melhor, mas só piorou”.

Confira o primeiro episódio da série aqui!

A feirante dona Neusa decidiu sair do espaço reformado e montar sua barraca na calçada do lado de fora.

“Aqui dentro ninguém entra, não tem passeio pra o pessoal circular. E quem para o carro pra comprar é multado. Estamos abandonados”.

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O problema também afeta o comércio no entorno. Célia, proprietária de uma loja de calçados, relata a queda no movimento e aponta mudanças no transporte público como uma das causas,

“Antes, as vans traziam clientes de povoados próximos diretamente pra cá. Hoje, elas fazem o retorno na caixa d’água, porque o objetivo foi fortalecer o comércio no Mercado Popular. Perdemos esse público. Até a lotérica aqui não tem dinheiro. Isso tudo desanima os clientes e prejudica o bairro”.

A comerciante faz um apelo às autoridades.

“Precisamos de suporte. Queremos que venham aqui, conversem conosco e busquem soluções. O comércio do Tomba está parado, e isso afeta todo mundo”.

Em nota, a Prefeitura de Feira de Santana informou que já identificou as questões apontadas pelos comerciantes da Feirinha do Tomba, relacionadas à mobilidade, acessibilidade e conforto térmico no espaço. A administração está analisando formas de ajustar a situação, com o objetivo de atender às demandas da comunidade.
Com relação às vans e topics que não entram mais no bairro, conforme relatou a fonte, é do transporte clandestino que estamos falando. Este, vem sendo combatido em toda a cidade.

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