Brasil é alvo de tarifa recorde dos Estados Unidos: 50%, contra 20% do restante do mundo
Por Yasmin Mota | 29/07/2025 11:46 e atualizado em 29/07/2025
Foto: Divulgação
Resumo da notícia
- Trump anuncia tarifas entre 15% e 20% para países sem acordo com os EUA, mas Brasil será taxado em 50%, mais que o dobro da média global, a partir de 1º de agosto.
- Negociações entre EUA e China avançam, enquanto Trump cita acordos recentes com Indonésia, Japão e Filipinas como exemplo de abertura de mercado para produtos americanos.
- Comunicação ineficaz entre Brasil e EUA trava negociações, com críticas de Lula e posicionamento do governo brasileiro em defesa do diálogo; especialistas apontam influência geopolítica e interesse dos EUA em recursos como terras raras.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (28) que espera aplicar tarifas entre 15% e 20% aos parceiros comerciais que não firmarem acordo comercial com Washington.
Caso a previsão se confirme, o Brasil será submetido a uma tarifa de mais que o dobro da aplicada ao restante do mundo, já que os produtos brasileiros estão sujeitos a uma taxa de 50% imposta por Trump.
Trump também falou sobre a China, manifestando o desejo de que o país asiático abra seus mercados aos produtos dos EUA.
“Concluímos o acordo com a Indonésia, e eles abriram o mercado para nós. O Japão também liberou a entrada dos nossos carros e do nosso arroz. As Filipinas fizeram o mesmo […] e eu adoraria ver a China seguir esse caminho. Estamos negociando com eles neste momento”, afirmou Trump.
As principais autoridades econômicas dos EUA e da China retomaram nesta segunda-feira (28), em Estocolmo, as negociações para tentar resolver disputas comerciais de longa data entre as duas maiores economias do mundo.
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Ineficácia da comunicação dos EUA com o Brasil:
Por decisão de Trump, o Brasil estará sujeito a uma tarifa de 50% a partir de 1º de agosto. Durante a semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se queixou da falta de disposição do presidente Donald Trump para negociar.
Neste domingo, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que o governo vem buscando negociação desde o anúncio das medidas, com “base em diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica”.
“Reiteramos que a soberania do Brasil e o estado democrático de direito são inegociáveis. No entanto, o governo brasileiro continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais, em uma postura que já é clara também para o governo norte-americano”, declarou o MDIC, em nota à imprensa.
Especialistas afirmam que os canais de comunicação entre Brasil e EUA, de fato, não são eficazes — o que mantém as negociações travadas. Para eles, um dos grandes obstáculos é a política comercial americana, que tem sido moldada por um forte viés geopolítico sob Trump.
Na prática, as decisões tarifárias partem diretamente da cúpula da gestão do republicano, ofuscando, por exemplo, as equipes técnicas da diplomacia e do Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês) — tornando a negociação ainda mais difícil.
Além disso, há outros interesses envolvidos, como a disputa por influência com a China na América do Sul, afirma o coordenador do Grupo de Análise de Estratégia Internacional da USP, Alberto Pfeiffer. Nesta semana, também veio à tona o interesse dos EUA nas terras raras brasileiras.
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