Leão XIII: quem foi e quais os marcos do papado do cardeal Pecci
Por Deise Campos | 08/05/2025 15:15 e atualizado em 08/05/2025
O cardeal Robert Francis Prevost foi eleito nesta quinta-feira (8) e será conhecido a partir de agora como Leão XIV. Antes do americano, foi Gioacchino Pecci, em 1878, o último a selecionar o nome Leão como marca do papado.
O nome “Leão” foi escolhido por mais de uma dezena de papas principalmente em referência a São Leão Magno, o primeiro papa a adotar esse nome e uma das figuras mais influentes da história da Igreja Católica.
São Leão Magno (Papa Leão I) ficou conhecido por sua liderança espiritual, defesa da doutrina, ações diplomáticas decisivas – como o encontro com Átila, o Huno – e por ser reconhecido como Doutor da Igreja.
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Quem foi o papa Leão XIII?
O nome de Leão XIII foi escolhido por Gioacchino Pecci em 20 de fevereiro de 1878, em um papado que terminou em 20 de julho de 1903.
Na visão dos arquivos e historiadores do Vaticano, Leão XIII foi um papa inovador para sua época, buscando conciliar a tradição da Igreja com os desafios do mundo moderno, especialmente nas áreas social, filosófica e diplomática. Seu pontificado é lembrado principalmente pela Rerum Novarum e pela abertura ao diálogo com a sociedade contemporânea
Ao longo de mais de 25 anos de papado, Leão XIII ficou marcado por diversas ações e iniciativas importantes:
1. Defesa da Doutrina Social da Igreja
Publicou a famosa encíclica Rerum Novarum (1891), que abordou a questão operária, os direitos dos trabalhadores e a justiça social. Este documento é considerado o marco inicial da Doutrina Social da Igreja.
No artigo “O legado histórico de Leão XIII e da encíclica Rerum Novarum”, o historiador José Miguel Sardica, professor catedrático da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, atribui a Leão XIII a fundação institucional e teórica da Doutrina Social da Igreja.
Embora houvesse antecedentes, foi apenas com Leão XIII e a Rerum Novarum que a Igreja passou a se posicionar de forma sistematizada sobre os problemas sociais e econômicos, criando um corpus moral e teológico para interpretar e intervir sobre as realidades temporais.
2. Promoção do diálogo com o mundo moderno
Procurou aproximar a Igreja das questões contemporâneas, incentivando o estudo das ciências e a abertura ao pensamento filosófico moderno, especialmente com a valorização de Tomás de Aquino.
Leão XIII foi o primeiro papa a aceitar pragmaticamente a perda dos Estados Pontifícios e, segundo Sardica, optou por uma atuação centrada na autoridade espiritual e intelectual, em vez da autoridade política, o que lhe deu liberdade para propor um novo modelo de atuação da Igreja na sociedade moderna.
3. Reforma e incentivo ao estudo
Incentivou o estudo da filosofia tomista, promovendo a restauração do pensamento de Santo Tomás de Aquino como base para a teologia católica.
Reformou o ensino nos seminários e universidades católicas.
4. Relações diplomáticas
Trabalhou para restaurar e fortalecer as relações diplomáticas da Santa Sé com vários países, após as tensões do século XIX.
5. Valorização do Rosário
Escreveu encíclicas sobre o Rosário, incentivando sua oração como instrumento de fortalecimento da fé.
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