Legislativo feirense poderá solicitar da Prefeitura comprovantes de repasse às empresas terceirizadas da área de saúde
Política

Legislativo feirense poderá solicitar da Prefeitura comprovantes de repasse às empresas terceirizadas da área de saúde

Legislativo feirense poderá solicitar da Prefeitura comprovantes de repasse às empresas terceirizadas da área de saúde Crédito: Divulgação

Em meio a contínuas reclamações de falta de pagamento a servidores terceirizados da saúde municipal, a Prefeitura de Feira de Santana pode ser instada a encaminhar, ao Poder Legislativo, os extratos bancários que comprovem a efetivação dos repasses financeiros às empresas contratadas. A advertência é do vereador Professor Ivamberg (PT) que durante pronunciamento nesta terça-feira (9), na Tribuna Maria Quitéria, voltou a reclamar do atraso de dois meses de salários em relação a funcionários da UPA do bairro da Queimadinha. Um requerimento, que deve ser protocolado pelo petista nos próximos dias, deverá pôr fim à dúvida quanto à realização do pagamento ou não pelo Município.

“Temos que saber quem está mentindo nesta história, se é o Governo Municipal ou as empresas terceirizadas. Portanto, vamos dar entrada no pedido, a fim de que o prefeito mande os extratos das transferências bancárias”, frisou. Segundo Ivamberg, além dos servidores estarem fazendo protesto, há indicativo de paralisação de atendimentos na unidade da Queimadinha. “Sem insumos, salários e medicamentos, a saúde em Feira está relegada a último plano. E quem está sofrendo são os funcionários e as pessoas que ficam sem atendimento nas UPA’s e policlínicas”, observou, criticando propaganda sobre construção de hospital municipal com apenas 12 leitos.

“Por que, ao invés de estarem falando em equipamento que não terá serviço de urgência e emergência, não procuram investir na melhoria das unidades de saúde e no correto pagamento dos salários dos trabalhadores?”, questionou. Para Ivamberg, a falta de recursos não é problema no Município, já que, do orçamento estimado num total de R$ 2 bilhões, a saúde ficou com R$ 645 milhões. Conforme suspeita levantada pelo vereador, a situação pode estar relacionada à ocorrência de irregularidades na área. “Vimos em gestões passadas e com a operação “Pytiocampa (Ministério Público da Bahia, em 2016)”, onde pessoas foram presas, usaram tornozeleiras eletrônicas e soube-se até de orgias com vinhos de mil reais”, lembrou.

Profissional da área de enfermagem, a vereadora Lu de Ronny (PV) prestou solidariedade aos colegas de profissão e reclamou da gestão municipal, por não esboçar qualquer posicionamento, mesmo diante de protestos da categoria. “Cadê a secretária de saúde do Município? Parece até que não existe, pois não se manifesta e nem dá pelo menos uma satisfação aos funcionários”, disse, relatando grande preocupação com o caso, já que recebeu diversos telefonemas, no último sábado (6), de pessoas chorando em razão das dificuldades vividas devido a falta do salário.

E as empresas contratadas, observou Lu de Ronny, também erram quando não explicam o que está ocorrendo. “Elas nem sequer entraram em contato com a unidade para dizer alguma coisa, durante o movimento feito na Queimadinha. Será que vão ficar omissas, sem se posicionar em relação ao que está acontecendo?”, indagou. Pedro Américo (Cidadania) concorda que há a necessidade de uma resposta “clara e objetiva” sobre a questão dos repasses às prestadoras de serviço. “A secretária e o prefeito precisam dizer se pagaram ou não. E explicar o porquê. O que não se pode aceitar é que, por realizar uma livre manifestação cobrando os seus direitos, os servidores sejam ameaçados”, advertiu.

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